Nos bastidores dos Museus da Universidade de Aberdeen, os pesquisadores estão usando um software de imagem 3D de alta tecnologia para revelar o que há dentro de uma múmia de gato egípcia de 2.000 anos de idade e outros artefatos mumificados antigos nas coleções dos museus.
Os cientistas puderam estudar o gato mumificado pela primeira vez usando um scanner médico de CAT (sem trocadilhos). Depois de reunir as imagens de raio-X de 360 graus tiradas pela máquina, os pesquisadores descobriram algo muito menor do que o esperado - um gatinho minúsculo embalsamado e cheio de bandagens para torná-la maior.
Os animais domésticos eram mumificados e enterrados ao lado de seus donos no Egito antigo. Muitos também foram preservados como oferendas sagradas aos deuses, e existia uma indústria inteira que teria produzido mais de 70 milhões de múmias de animais, informou a BBC News.
"Você ganharia mais dinheiro vendendo um grande gato mumificado, comparado a um pequeno", disse Neil Curtis, diretor de museus da Universidade de Aberdeen, na Escócia, em comunicado. "Parece que o pescoço do gato estava quebrado, por isso é realmente uma história horrível, mas dá algumas dicas sobre a cultura e os costumes diários que existiam em torno desses templos no Egito naquela época".
Muitos outros museus fizeram descobertas igualmente surpreendentes depois de examinar a tomografia computadorizada do que estava dentro de suas relíquias. Por exemplo, curadores do Field Museum, em Chicago, descobriram que algumas das múmias de animais de sua coleção não continham nenhum material animal, mas eram preenchidas com outro material orgânico, como couro, cascalho e junco, informou o Art Art Newspaper. .
Os pesquisadores argumentaram que essas múmias não representam realmente uma farsa, de acordo com a CNN. As múmias recheadas com objetos menores podem ter sido alternativas mais baratas, feitas com itens que representavam o animal real que deveria estar dentro.
No entanto, a tecnologia de digitalização 3D permite que os cientistas praticamente "desembrulhem" o que estiver dentro desses itens sagrados e antigos. Os pesquisadores também podem usá-lo para entender detalhes sobre quais espécies viviam no Egito antigo, como morreram e o que significavam na cultura egípcia da época.
A tecnologia de imagem torna os artefatos frágeis mais acessíveis tanto para os arqueólogos quanto para o público, disse Curtis. E sua equipe planeja disponibilizar on-line modelos interativos de suas múmias para que qualquer pessoa no mundo possa acessá-las, explorar a textura das bandagens, ampliar os restos de dentro e aprender sobre as múmias.
"Ao disponibilizá-los, estamos contribuindo com bolsas de estudos internacionais e com nosso próprio ensino", afirmou Curtis.