Nuvens marcianas geladas são formadas pela 'fumaça' de meteoros mortos, afirma estudo

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Olhe para cima do Planeta Vermelho na manhã certa e você poderá ver um céu azul. Durante todo o ano, nuvens azuis de gelo se formam na atmosfera marciana, pairando entre 18 e 37 milhas (30 e 60 quilômetros) acima da superfície do planeta. Lá, eles se espalham pelo céu como as nuvens de cirros que vemos tantas vezes na Terra.

Décadas após veículos espaciais como o Mars Pathfinder tirarem as primeiras fotos dessas nuvens alienígenas, os astrônomos ainda lutam para explicá-las. Para formar uma nuvem, as moléculas de gelo ou água no ar precisam de algo sólido para condensar - uma mancha de sal marinho, talvez, ou alguma poeira perdida lançada ao vento. Os cientistas presumiram por muito tempo que pedaços de poeira da superfície lançados na atmosfera marciana podem ser a fonte das nuvens azuis e geladas do planeta. Mas um novo estudo publicado hoje (17 de junho) na revista Nature Geoscience argumentou que esse pode não ser o caso.

Um culpado mais provável, disseram os autores do estudo, são meteoritos pulverizados.

A hipótese é a seguinte: todos os dias, 2 a 3 toneladas de rochas espaciais se chocam contra a atmosfera marciana e se separam. Todas essas colisões no ar deixam muita poeira - ou "fumaça meteórica", como os autores do estudo chamam - pairando no céu marciano. E esse pó pode ser suficiente para transformar pequenas quantidades de vapor de água na atmosfera em nuvens frias e geladas.

Para descobrir se esse sistema de nuvens baseado em meteoros é possível, os pesquisadores executaram várias simulações de computador de como as partículas fluem pela atmosfera marciana. As nuvens se formaram nas altitudes corretas somente quando os meteoritos jogaram quantidades suficientes de poeira no céu, descobriram os pesquisadores. Quando não havia meteoritos, não havia nuvens.

O trabalho da equipe também mostrou que as nuvens de meteoros de Marte tiveram um efeito perceptível no clima do planeta. Em certas épocas do ano, as nuvens de gelo no céu marciano aumentavam as temperaturas em até 18 graus Fahrenheit (10 graus Celsius) na atmosfera superior, previa o modelo. Se for esse o caso, pequenas partículas de poeira de outros mundos podem afetar profundamente o clima em Marte e até em nosso próprio planeta.

"Estamos acostumados a pensar na Terra, Marte e outros corpos como esses planetas realmente independentes que determinam seu próprio clima", afirmou a principal autora do estudo, Victoria Hartwick, estudante de pós-graduação do Departamento de Ciências Atmosféricas e Oceânicas da Universidade do Colorado. em um comunicado. "Mas o clima não é independente do sistema solar circundante".

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