Se você estivesse preso dentro de sua casa, nunca saberia como é o lado de fora. Existem outros exemplos de grandes espirais que podemos ver, mas é como ver outras casas fora da sua janela; você simplesmente não pode ter certeza. Os astrônomos desenvolveram um mapa detalhado da Via Láctea e perceberam que estavam dando à nossa galáxia de origem muitos braços; só tem 2, e não 4, como os astrônomos pensavam originalmente.
A nova revelação foi possível graças ao Telescópio Espacial Spitzer da NASA, que vê no espectro infravermelho, e pode observar o gás e a poeira que obscurecem o plano da Via Láctea.
Mapas anteriores da Via Láctea foram desenvolvidos pela primeira vez na década de 1950, quando os astrônomos usaram radiotelescópios para traçar os braços espirais de nossa galáxia. Eles se concentraram nas nuvens de gás e revelaram o que pensavam serem os quatro principais braços formadores de estrelas: Norma, Scutum-Centaurus, Sagitário e Perseu.
Vivemos em um braço menor chamado Braço Orion, ou Orion Spur, localizado entre os Braços Sagitário e Perseu.
E então, em 2005, os astrônomos usaram telescópios infravermelhos para perfurar as nuvens de gás e poeira para ver que a barra central no meio da Via Láctea se estende muito mais do que se acreditava anteriormente.
Em uma nova pesquisa realizada por Spitzer, os astrônomos fundiram 800.000 fotografias contendo mais de 110 milhões de estrelas. O software contou o número de estrelas e mediu sua densidade.
Como esperado, os astrônomos encontraram um aumento na densidade de estrelas em direção ao braço Scutum-Centaurus, mas nenhum aumento em relação aos braços de Sagitário e Norma. O braço de Perseu envolve a parte externa da nossa galáxia e não pode ser visto nas imagens do Spitzer.
Isso ajuda a afirmar que a Via Láctea tem apenas dois braços em espiral; uma situação comumente vista em que uma galáxia tem uma barra central longa.
Fonte original: Comunicado de imprensa da NASA / JPL